Águas de Guapimirim como lugar de memória: trilhas praticadas e autorrepresentação

Autores/as

  • Gianne Maria Montedônio Chagastelles UERJ

DOI:

https://doi.org/10.51880/ho.v27i3.1445

Palabras clave:

Memória, Narrativa Autobiográfica, Patrimônio Cultural e Natural, Cidade, Guapimirim-RJ

Resumen


O presente trabalho discute o patrimônio cultural/natural das cidades e a relação com as lembranças de seus habitantes. Apresento uma leitura histórica sobre as práticas, complexas, múltiplas, diferenciadas de apropriação dos lugares de memória de Guapimirim (RJ). Os lugares de memória, conforme conceito formulado por Pierre Nora (1993), são espaços materiais e simbólicos, onde a história é representada. O texto propõe um poder de conversa entre fotografi as e entrevista oral, partindo das lembranças e narrativas autobiográfi cas do entrevistado. Esse estudo traz à tona as expressões das subjetividades dos indivíduos e do coletivo na construção da história, problematizando discussões entre o individual e o coletivo, entre o público e o privado. Ao se trabalhar a partir das lembranças das pessoas anônimas (“comuns”) e dos monumentos não glorifi cados pela História ofi cial, agregam-se à memória social vozes muitas vezes dissonantes com a ordem vigente.

Biografía del autor/a

Gianne Maria Montedônio Chagastelles, UERJ

Doutora em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015), (Média 6 da CAPES), linha de pesquisa Sociedade e Cultura, com bolsa financiada pelo CNPq. Estágio de pesquisa no Doutorado (bolsa sanduí­che financiada pela CAPES) de um ano na Itália, no Doutorado de Storia dell'Arte, Universití  IUAV di Venezia. Mestre em História e Crí­tica de Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), (Média 6 da CAPES). Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991) e Licenciada em Educação Artí­stica (1995). Professora Adjunta (40 horas) da UERJ desde 2015, ministrando as disciplinas de Estágio Supervisionado, na Licenciatura em Educação Artí­stica no IART; e as disciplinas Artes Visuais/História da Arte, na Educação Básica do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp). Coordenadora da equipe de Artes Visuais do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp) de julho de 2015 até julho de 2017. Professora Adjunta da Universidade Estácio de Sá, com experiência na área de História da Arte e da Arquitetura, com ênfase em Patrimônio Histórico e Artí­stico da cidade do Rio de Janeiro, de 1999 a 2015. Professora de artes visuais na Educação Básica no Colégio Cruzeiro de 1991 a 2006. Autora das obras: Eternidade do efêmero: memória e vivência na arte brasileira de Jarbas Lopes, Laura Lima e Cabelo (1990-2000), 2012; e Alegoria na arte brasileira (1980-2000), 2013. Organizadora dos livros Ensaios de imagens: cidades, 2016; Ensaios de Imagens: comunicação, 2017; Ensaios de imagens: deslocamentos, 2018; e Ensaios de imagens: memória e patrimônio, 2019.

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Publicado

2024-12-19

Cómo citar

Chagastelles, G. M. M. (2024). Águas de Guapimirim como lugar de memória: trilhas praticadas e autorrepresentação. História Oral, 27(3), 137–160. https://doi.org/10.51880/ho.v27i3.1445