Entre vivenciar o preconceito e ter que ensinar: a atuação de professoras indígenas na região metropolitana do Rio de Janeiro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51880/ho.v27i2.1347

Palabras clave:

Lei n.° 11.645/2008, Professoras indígenas, Movimento indígena

Resumen


Este artigo faz algumas reflexões sobre o ensino da temática indígena a partir de depoimentos de três professoras indígenas da educação básica que atuam em escolas da região metropolitana do Rio de Janeiro. Atuantes no movimento indígena no Rio de Janeiro, suas intenções pedagógicas em sala de aula são um reflexo da luta dos povos indígenas, que utilizam a educação da população não indígena como estratégia para conquista de direitos, e das suas trajetórias de vida. Para além de nos mostrar a necessidade de uma mudança no ensino da história que dê visibilidade aos povos indígenas, enfatize o protagonismo dessas populações e desconstrua preconceitos e estereótipos, a prática docente dessas mulheres aponta para a necessidade de um equilíbrio de reflexões sobre alteridade e identidade para implementação da Lei n.° 11.645/2008.

Citas

ALBERTI, Verena. Ouvir e contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004 ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. A atuação dos indígenas na História do Brasil: revisões historiográficas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 37, n. 75, p. 17-38, 2017. ARRUTI, José Maurício. Mocambo: Antropologia e História no processo de formação quilombola. Bauru: Edusc, 2006.

BARTOLOMÉ, Miguel. As etnogêneses: velhos atores e novos papéis no cenário cultural e político. Mana, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 39-68, 2006.

BICALHO, Poliene Soares dos Santos. Protagonismo indígena no Brasil: Movimento, Cidadania e Direitos (1970-2009). Tese (Doutorado em História) – UnB, Brasília, DF, 2010.

BITTENCOURT, Circe. A história das populações indígenas na escola. In: PEREIRA, Amilcar; MONTEIRO, Ana (Org.). Ensino de história afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 101-132.

BRASIL. Lei n.° 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União: Seção 1, Brasília, DF, p.1, 11 mar. 2008.

BRIGHENTI, Clovis Antonio. Movimento indígena no Brasil. In: WITTMANN, Luisa Tombini (Org.). Ensino (d)e História Indígena. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. p. 143-175.

COELHO, Mauro; ROCHA, Helenice. Paradoxos do protagonismo indígena na escrita escolar da História do Brasil. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 25, p. 464 - 488, jul./set. 2018.

GOHN. Maria da Glória. Educação não formal, aprendizagens e saberes em processos participativos. Investigar em Educação, n. 1, p. 35-50, 2014.

MONTEIRO, John. Armas e armadilhas: história e resistência dos índios. In: NOVAES, Adalto (Org). A outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 237-249.

MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Edições Paulinas, 2012.

OLIVEIRA, João P. Uma etnologia dos “índios misturados?” Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana, Rio de Janeiro, v. 1, n. 4, p. 47-77, 1997.

PACHAMAMA, Aline Rochedo. Guerreiras: mulheres indígenas na cidade, mulheres indígenas da aldeia. Rio de Janeiro: Pachamama Editora, 2018.

SANTHIAGO, Ricardo; MAGALHÃES, Valéria. Rompendo o isolamento: reflexões sobre história oral e entrevistas à distância. Anos 90, Porto Alegre, v. 27, p. 1-18, 2020.

SILVEIRA, Thais Elisa Silva. Identidades (in)visíveis: indígenas em contexto urbano e o ensino de história na região metropolitana do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional ProfHistória) – UERJ, São Gonçalo, RJ, 2016.

SILVEIRA, Thais Elisa Silva. Projetos Educativos Indígenas no Rio de Janeiro. In: Seminário Interno do PPGHS, 9, 2021. Anais Eletrônico, São Gonçalo, 2021.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Sobre a noção de etnocídio, com atenção especial ao caso brasileiro. Sem local, 2015. Disponível em: https://www.academia.edu/25782893/Sobre_a_no%C3%A7%C3%A3o_de_etnoc%C3%ADdio_com_especial_aten%C3%A7%C3%A3o_ ao_caso_brasileiro. Acesso em: 4 ago. 2024.

XAVANTE, Júlia Muniz; PINTO, Mayara de Sá. O ensino de cultura e arte indígenas e a resistência Aldeia Maracanã: uma perspectiva intercultural. Abatirá, v. 1, n. 2, p. 649-680, 2020.

Fontes orais

SILVA, Carina de Oliveira (Carina Pataxó) [27 anos]. [jan. 2022]. Entrevistadora: Thais Elisa Silva da Silveira. Rio de Janeiro, RJ, 31 jan. 2022.

SOUZA, Júlia Muniz de (Júlia Xavante) [54 anos]. [maio 2022]. Entrevistadora: Thais Elisa Silva da Silveira. Rio de Janeiro, RJ, 31 maio 2022.

OLIVEIRA, Marize Vieira de (Marize Guarani) [63 anos]. [maio 2022]. Entrevistadora: Thais Elisa Silva da Silveira. Duque de Caxias, RJ, 1 maio 2022.

Publicado

2024-09-09

Cómo citar

Silveira, T. (2024). Entre vivenciar o preconceito e ter que ensinar: a atuação de professoras indígenas na região metropolitana do Rio de Janeiro. História Oral, 27(2), 108–136. https://doi.org/10.51880/ho.v27i2.1347

Número

Sección

Artigos Variados