As memórias das benzedeiras como “médicas populares guiadas por Deus” em Clevelândia (PR)
DOI:
https://doi.org/10.51880/ho.v24i2.1153Palabras clave:
Religiosidade, Memórias, Cultura, Benzimento, História oralResumen
Este artigo estabelece um mapeamento etnográfico, sob o ponto de vista histórico e da História Oral, na cidade de Clevelândia (PR), com forte influência de cultura ordinária e católica. Para o texto,
trouxemos cinco entrevistas de benzedeiras de um acervo de treze. Entre a análise de observações sobre o cotidiano delas e as construções sistêmicas das nossas entrevistadas existem eixos da memória, cultura e natureza formam um mapeamento social. A observação e as narrativas envolvem o uso de plantas e ervas medicinais em suas práticas de benzimento e/ou rezas, bem como os serviços que prestam aos seus atendentes, tais como indicações de chás, produções de remédios caseiros, como a xaropada, alguns deles com autorização e serviços associados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, o objetivo é pensar quais lugares elas ocupam como mulheres benzedeiras no mundo social, junto às orações, às práticas de cura e aos discursos, os quais as tornam conhecidas como “médicas populares”.
Citas
ALBERTI, Verena. Fontes orais: histórias dentro da História. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 155-202.
BARBOSA, Ivone Cordeiro. A experiência humana e o ato de narrar: Ricoeur e o lugar da interpretação. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 17, n. 33, p. 293-305, 1997.
CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix, 2002.
CARNEIRO, Fernando Ferreira; FOLGADO, Cleber Adriano Rodrigues; KREFTA, Noemi Margarida. A Praxis da Ecologia de Saberes: entrevista de Boaventura de Sousa Santos. Tempus - Actas de Saúde Coletiva, Brasília, v. 8, n. 2, p. 331-338, 2014.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
CHÊNE NETO, Guilherme Bemerguy; GERMANO, José Willington; FURTADO, Lourdes de Fátima; CARDOSO, Denise Machado. A ecologia dos saberes e o sistema de saúde no município de Curuçá/PA. Vivência, Natal, v. 1, n. 47, p. 51-72, 2016.
DIEGUES, Antônio Carlos; VIANA, Virgílio Mauricio. (Org.). Comunidades tradicionais e manejo dos recursos naturais da Mata Atlântica. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
FERREIRA, Marieta de Moraes. História Oral: velhas questões, novos desafios. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. p. 169-186.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
PANTOJA, Mariana Ciavatta. 'Conhecimentos tradicionais': uma discussão conceitual. In: X SIMPÓSIO LINGUAGENS E IDENTIDADES DA/NA AMAZÔNIA SUL-OCIDENTAL, 10., COLÓQUIO INTERNACIONAL "AS AMAZÔNIAS, AS AFRICAS, E AS AFRICAS NA PAN-AMAZÔNIA, 8 2016, Rio Branco. Anais... Rio Branco, PPGLI/UFAC, 2016.
PANTOJA, Vanda; MAUÉS, Raymundo Heraldo. O círio de Nazaré na constituição e expressão de uma identidade regional amazônica. Espaço e cultura, Rio de Janeiro, n. 24, p. 57-68, jul./dez. 2008.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2. n. 3, p. 3-15, 1989.
PORTELLI, Alessandro. A filosofia e os fatos: narração, interpretação e significado nas memórias e nas fontes orais. Tempo, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 59-72, 1996.
SILVA, Nadson Fernandes Nunes da; VIEIRA, Norma Cristina; OLIVEIRA, Marcelo do Vale. As práticas de cura das benzedeiras da Amazônia paraense: saberes, identidades e lugares de gêneros. Revista Ártemis, João Pessoa, v. 29, n. 1, p. 243-259, jan./jun. 2020.
VIEIRA, Norma; SIQUEIRA, Deis; DI PAOLO, Darcy. O que é de mulher e o que é de homem: relações de gênero na pesca artesanal. Comunidade de Bonifácio, Amazônia Oriental, Brasil. Raízes, Campina Grande, v. 34, n. 1, p. 8-23, jan./jun. 2014.
WILLIAMS, Raymond. Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 História Oral
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
A revista História Oral é licenciada de acordo com a atribuição Creative Commons BY-NC-ND 4.0 (Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional). Dessa forma, os usuários da revista têm o direito de compartilhar livremente o material, copiando-o e redistribuindo-o em qualquer suporte e formato, desde que sem fins comerciais, fornecendo o crédito apropriado e não realizando mudanças ou transformações no material. Para maiores informações, ver: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR