O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ: um olhar etnográfico

Abstract

O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro (GTNM/RJ) foi fundado em 1985 por iniciativa de militantes e ex-presos polí­ticos, bem como de familiares de mortos e desaparecidos do perí­odo da ditadura civil-militar brasileira. Assim, assumiu compromisso na luta contra a violação dos direitos humanos e pelo esclarecimento das mortes e dos desaparecimentos. A Comissão da Verdade do Rio (CEV-Rio), cujos trabalhos se estenderam entre 2013 e 2015, também foi criada com o objetivo de esclarecer questões referentes í s graves violações dos direitos humanos praticadas durante a ditadura. No entanto, o GTNM/RJ se posicionou contra o modo como a CEV-Rio atuou. As diferenças puderam ser percebidas na audiência pública realizada pela comissão em 2013 sobre o caso Mário Alves, importante lí­der comunista morto por agentes do Estado em 1970. Diante do exposto, a proposta deste texto é analisar o histórico de luta do GTNM/RJ, demonstrando o modo como o grupo atua no cenário polí­tico e, a partir do trabalho de campo, analisar as crí­ticas que faz í  Comissão da Verdade do Rio, sobretudo as que foram expressas na audiência em questão.