Família, trabalho e militância sindical: uma visão feminina do mundo do trabalho no ABC Paulista
DOI:
https://doi.org/10.51880/ho.v25i1.1225Palavras-chave:
ABC paulista, memória, gênero, classe, migração, sindicalismoResumo
O presente trabalho está inserido em uma agenda de pesquisa mais ampla relacionada à violação dos Direitos Humanos pelo Estado brasileiro durante a Ditadura Militar (1964-1985). A pesquisa desenvolve-se a partir de entrevistas realizadas em parceria com a Associação dos Metalúrgicos Anistiados e Anistiandos do ABC (AMA-A ABC) e a TVT, emissora educativa ligada à Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho. Neste texto, destacamos as memórias de uma operária, migrante nordestina, que teve uma trajetória de trabalho no setor metalúrgico na região do ABC Paulista, participou das greves nos finais dos anos 1970 e início dos 1980 e da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O objetivo é compreender, a partir de uma perspectiva de gênero e de classe,
como Luzia narra os dispositivos sociais de dominação, violência e repressão vivenciados na sua trajetória, nos espaços da família, trabalho e militância sindical no contexto de uma cultura política repressiva e militarizada, institucionalizada pelo Estado brasileiro a partir do Golpe de 1964. Analisaremos, partindo de suas memórias e narrativas, como se engajou nesse mundo autoritário, questionando as estruturas de exploração e dominação de classe e gênero.
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