Percepções de uma contadora de histórias – Temporalidades em danças e batalhas
DOI:
https://doi.org/10.51880/ho.v27i2.1375Palavras-chave:
Tradição oral, Diacronia, Sincronia, Mitologia comparada, XamanismoResumo
A partir de percepções que tecem e são tecidas por narrativas em performance, o artigo propõe investigações que se deslocam por temporalidades diacrônicas e sincrônicas. O sopro da contadora de histórias fricciona limiares entre realidade e ficção, sinaliza sincronias e opera a peregrinação proposta. História do teatro, memórias pessoais, cinematografias e a perspectiva xamânica de Davi Kopenawa se cruzam para embalar o pulso insinuado de um horizonte histórico dançante atravessada pela fisicalidade, esquiva etnocêntrica e a mitologia comparada. Diante do colapso que paira sobre a atualidade traduzido xamanicamente como “queda do céu” verifica-se quando a dança vira batalha e como a percepção rapsódica pode interagir ou traduzir danças e batalhas cósmicas.
Referências
A ÚLTIMA floresta. Direção de Luiz Bolognesi. Brasil: Gullane e Buriti Filmes, 2021. BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Laskov. In: BENJAMIN,
Walter. Magia e técnica, arte e política. Tradução Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Obras escolhidas, 1). p. 197-221.
BENJAMIN, Walter. O contador de histórias. In: BENJAMIN, Walter. Linguagem, tradução, literatura (filosofia, teoria e crítica). Tradução João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018. p. 139-166.
FRANCO NETO, Mauro; GAIO, Henrique Pinheiro Costa. Antropofagia em dois tempos: inverter a história, tensionar o presente. História da Historiografia, Ouro Preto, v. 13, n. 32, p. 185-220, 2020.
HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph (Ed.). Metodologia e pré-história da África. São Paulo: Unesco; Ática, 1980. (História Geral da África, 1). p. 167-212.
HANAMI: cerejeiras em flor. Direção: Doris Dorrier. Alemanha: Olga Film, 2008. HIRATSUKA, Lúcia. Urashima Taro: a história de um pescador. São Paulo: Global, 2002.
JABLONKA, Ivan. Quando o historiador é pai e filho. Topoi, Rio de Janeiro, v. 21, n. 44, p. 532-552, maio/ago. 2020.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo, Companhia das Letras, 2020.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Tradução Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia Das Letras, 2015.
LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Tradução Maria Celeste da Costa e Souza e Almir de Oliveira Aguiar. São Paulo: Companhia Editora Nacional; Editora da USP, 1970.
MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.
MULLER, Heiner. Quatro textos para teatro: Mauser, Hamlet-Máquima, A Missão, Quarteto. Tradução de Fernando Peixoto. São Paulo: Hucitec, 1987.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tradução Constança Marcondes César. Campinas: Papirus, 1994.
ROHL, Ruth. O teatro de Heiner Muller. São Paulo: Perspectiva, 1997.
SANTOS, Marcos Ferreira. Espaços crepusculares: poesia, mitohermenêutica e educação de
sensibilidade. Revista @mbienteeducação, São Paulo, v. 1, n. 1, jan./jul. 2008.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O recado da mata. In: KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Tradução Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 11-41.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 História Oral
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A revista História Oral é licenciada de acordo com a atribuição Creative Commons BY-NC-ND 4.0 (Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional). Dessa forma, os usuários da revista têm o direito de compartilhar livremente o material, copiando-o e redistribuindo-o em qualquer suporte e formato, desde que sem fins comerciais, fornecendo o crédito apropriado e não realizando mudanças ou transformações no material. Para maiores informações, ver: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR