Testemunho do Inimigo e Memória Cultural no Cinema Documentário
DOI:
https://doi.org/10.51880/ho.v26i2.1339Palavras-chave:
História. Discurso. Memória Cultural. Testemunho do Inimigo. Genocídio. Cinema Documentário.Resumo
Este artigo investiga a função do testemunho do inimigo no cinema documentário nosprocessos de construção da memória cultural. Aborda-se o discurso que é tomado por quem constrói essa memória, partindo da análise de obras documentais cinematográfi cas que evidenciam o testemunho do perpetrador, tendo como eixo o filme S21 - A máquina de morte do Khmer Vermelho (2003), realizado pelo cineasta documentarista Rithy Panh, que trata do genocídio cambojano (1975-1979) do qual o diretor é sobrevivente. E a partir de conceitos teóricos, são discutidos os caminhos que levam à construção da memória cultural de países que passaram por atrocidades.
Referências
Bibliografia
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém. Um Relato Sobre a Banalidade do Mal. Tradução: José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia da Letras, 2009.
________. Origens do Totalitarismo. Anti-semitismo, Imperialismo, Totalitarismo. Tradução: Roberto Raposo. São Paulo, Companhia da Letras, 1989.
ASSMANN, Aleida. Re-framing memory. Between individual and collective forms of constructing the past. In: Performing the past: Memory, History, and Identity in Modern Europe, 2010.
ASSMANN, Jan. Comunicative and Cultural Memory. In: ERRL, Astrid; NÜNNING, Ansgar. Cultural Memory Studies: An International and Interdisciplinary Handbook. Berlim: Walter de Gruyter, 2008. P.109.
ASSMANN, Jan; CZAPLICKA, John. Collective Memory and Cultural Identity. In: New German Critique, no. 65, 1995, pp. 125–33. JSTOR, https://doi.org/10.2307/488538. Último acesso 12 de marco de 2023.
BLOCH, Marc. A Apologia da História, ou O Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CHANDLER, David. Voices from S-21, Terror and History in Pol Pot's Secret Prison. Berkeley: University of California Press, 1999. P. viii
COLLAS, Gérald. Un bien mauvais sujet. In: Images Documentaires, nº 23, 4ème trimester 1995.
COMOLLI, Jean-Louis. Ver e poder. A inocência perdida: cinema, televisão, ficção e documentário. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
FERRO, Marc. Cinema e História. 2ª. Edição. Traduzido do original em francês Cinema et Histoire, Edições Gallimard, 1993. Tradução e notas de Flávia Nascimento. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. Aula inaugural no Collége de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Traduzido por Laura Fraga de Almeida Sampaio. 24. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
_______. A Arqueologia do Saber. Tradução: Luiz Felipe Baeta Neves. 8. Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. Traduzido por Beatriz Sidou. Título Original: la Mémoire Collective. Presses Universitairesde France, Paris, França, 1968. 2ª Edição, 2003. 8ª Reimpressão. São Paulo: Editora Centauro, 2015.
KANSTEINER, Wulf. In Pursuit of German Memory: History, Television, and Politics after Auschwitz. Athens, Ohio: Ohio University Press, 2006.
LEGOFF, Jacques. História e Memória. II Volume. Coleção Lugar na História. Lisboa, Portugal: Edições 70, 2000.
LEICK, Romain; DOERRY, Martin. "Death Has Always Been a Scandal. Entrevista com Claude Lanzmann condedida à Revista Der Spiegel em 10 de setembro de 2010. Disponível em https://www.spiegel.de/international/zeitgeist/shoah-director-claude-lanzmann-death-has-always-been-a-scandal-a-716722.html Último acesso 15 de março de 2023.
LEVI, Primo. É isso um homem? Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
_______ A trégua. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
_______ Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
PANH, Rithy; BATAILLE, Christophe. The Elimination. A Survivor of the Khmer Rouge Confronts his past and the commandant of The Killing Fields. Traduzido por John Cullen. Nova Iorque: Other Press, 2012.
SALLES, João Moreira. A dificuldade do documentário. In. MARTINS, José de Souza e ECKERT, Cornelia. O imaginário e o político nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 2005.
_______. Entrevista para o Jornal Zero Hora, realizada no dia 7 de abril de 2014. Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2014/04/joao-moreira-salles-cabra-marcado-para-morrer-e-fruto-do-fantasma-de-1964-4467939.html Acessado em 15 de março de 2023.
TURNBULL, Robert. Staring down horrors of the Khmer Rouge. The New York Times, New York, NY, 5 abr 2007. Disponível em http://www.nytimes.com/2007/04/05/arts/05iht-fmlede6.1.5159770.html?_r=1& Acessado em 15 de março de 2023.
Filmes citados
OS ARTISTAS do Teatro Queimado (Les Artistes du Théâtre Brûlé), de Rithy Panh, 2005, 82 minutos aproximadamente, França e Camboja, Digital.
BOPHANA: uma Tragédia Cambojana (Bophana: une Tragédie Cambodgienne), de Rithy Panh, 1996, 59 minutos aproximadamente, França.
DUCH, O Mestres das Forjas do Inferno (Duch, Le Maître des Forges de L'Enfer), de Rithy Panh, 2011, 110 minutos aproximadamente, França e Camboja, Digital.
HOW I LEARNED to Overcome my Fear and Started to Love Ariel Sharon, (Israel, 1997, duração 62 minutos aproximadamente), Avi Mograbi
IDI Amin Dada, a Selfportrait, de Barbet Schroeder, 1975, duração 90 minutos aproximadamente.
S-21: A MÁQUINA de Morte do Khmer Vermelho (S21: La Machine de Morte Khmer Rouge), de Rithy Panh, 2003, 101 minutos aproximadamente, França e Camboja, 35mm.
SHOAH, de Claude Lanzmann, França, 1985. 543 minutos aproximadamente.
SITE 2, de Rithy Panh, 1989, 92 minutos aproximadamente, França e Alemanha Ocidental, 16mm.
SOB A NÉVOA da Guerra (2003), de Errol Morris 2003, duração 95 minutos aproximadamente.
THEODORICO, Imperador do Sertão, de Eduardo Coutinho, 1978. Documentário apresentado no programa de televisão Globo Repórter, por Sérgio Chapelin, no dia 22 de agosto de 1978.
A TRISTEZA e a Piedade. Crônica de uma Cidade Francesa sob a Ocupação Nazista, de Marcel Ophuls. França, Suíça, Alemanha, 1969. Duração 251 minutos aproximadamente.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 História Oral
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A revista História Oral é licenciada de acordo com a atribuição Creative Commons BY-NC-ND 4.0 (Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional). Dessa forma, os usuários da revista têm o direito de compartilhar livremente o material, copiando-o e redistribuindo-o em qualquer suporte e formato, desde que sem fins comerciais, fornecendo o crédito apropriado e não realizando mudanças ou transformações no material. Para maiores informações, ver: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR