Resistências femininas à ditadura militar: as trajetórias de Gilda e Adélia (1964-1985)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51880/ho.v25i1.1243

Palavras-chave:

mulheres, resistências, gênero, ditadura militar

Resumo


Este artigo tem como objetivo contribuir com o debate historiográfico relativo às resistências femininas à ditadura militar no Brasil. Partimos de algumas reflexões sobre o conceito de resistência a fim de propor uma ampliação acerca do seu uso ao se tratar das experiências e formas de resistência de mulheres comuns à ditadura. Por meio das entrevistas de história oral, realizadas com Gilda Cosenza e Adélia Hernandez, buscamos apresentar a trajetória de duas mulheres que não possuíram engajamento tradicional em organizações políticas, mas que promoveram ações de resistência ao regime militar, trazendo para o debate aspectos de gênero que consideramos fundamentais para a compreensão de outras dimensões da resistência, para além da luta armada.

Biografia do Autor

Paula Elise Ferreira Soares, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais- campus Betim

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais- campus Betim. Doutora e Mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisadora do Laboratório de História do Tempo Presente e do Núcleo de História Oral da UFMG, pesquisadora do núcleo História Oral e Mundos do Trabalho do IFMG- campus Betim, instituição na qual também é professora EBTT.

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Publicado

2022-03-07

Como Citar

Dellamore, C., & Soares, P. (2022). Resistências femininas à ditadura militar: as trajetórias de Gilda e Adélia (1964-1985). História Oral, 25(1), 57–75. https://doi.org/10.51880/ho.v25i1.1243