Desatando os nós: não era casa, nem lar, testemunhos de violência doméstica (Oeiras, Piauí, 1994-2012)
DOI:
https://doi.org/10.51880/ho.v25i1.1230Palavras-chave:
violência doméstica, memórias traumáticas, casaResumo
Embora o senso comum possa identificar casa como lar, os dois vocábulos não têm o mesmo significado. O artigo discute o espaço da casa como local inseguro para algumas mulheres, a partir da narrativa de testemunho de memórias traumáticas de uma oeirense que sofreu violência doméstica durante 18 anos. Aborda-se, inicialmente, a noção de arranjos familiares e o mito do amor romântico. Num segundo momento, discute-se o dispositivo amoroso como um dos elementos de identificação para a identidade tradicional feminina. A seguir, apresenta-se a narrativa de testemunho e o reconstituir-se identitário. Finalmente, o trabalho aponta que a violência doméstica é fruto das desigualdades, hierarquias entre os gêneros, e que a vinculação da subjetivação feminina restrita ao dispositivo amoroso e ao casamento, com intenso investimento das mulheres, em especial, pensando no que foi retratado no texto, pode acarretar tensões, violências, sacrifícios e anulação de si.
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