Chamada para o dossiê "História oral, Política e práticas educativas"
Nas últimas décadas, o debate sobre o uso da oralidade, especialmente da história oral, em pesquisas educacionais tem se expandido e ganhado relevância, impulsionado também pela valorização das narrativas docentes. Programas de formação inicial, continuada e mestrados profissionais contribuíram para o fortalecimento das investigações sobre as vozes e os saberes docentes no Brasil. Esse contexto ampliado permite uma diversidade de abordagens nas pesquisas educacionais, que vão desde o estudo das experiências no magistério a partir de narrativas orais até a utilização da metodologia da história oral em projetos vinculados à educação básica, em seus diversos níveis e modalidades.
O trabalho com as narrativas de expressão oral possibilita o aprofundamento nos cotidianos educativos brasileiros, revelando suas particularidades, singularidades e aspectos comuns. Essa multiplicidade de perspectivas, quando devidamente registrada e preservada, pode subsidiar reflexões importantes sobre políticas públicas, as relações de poder na educação pública brasileira, além de iluminar suas tensões, disputas e resultados, sejam eles de sucesso ou de insucesso. Assim, este dossiê propõe-se a integrar o trabalho com história oral ao fazer político intrínseco às práticas educativas, sejam elas escolares ou não. Com base nos conceitos de dialogicidade, aprendizagem narrativa e circularidade — tão presentes em educadores como Paulo Freire, Ivor Goodson e bell hooks —, convidamos professoras, professores, pesquisadoras e pesquisadores que investigam na interface entre história oral, políticas e práticas educativas a submeterem seus trabalhos para este dossiê. Nosso objetivo é destacar a potência criativa do movimento de história oral no Brasil, com ênfase em iniciativas voltadas (às práticas educativas) para as articulações entre história, etnografia (escolar) e educação.
Organização:
Aliny Dayany P. de M. Pranto (UFRN)
Everardo Paiva de Andrade (UFF)